Kraft Origins #1

New York City, 22:00 horas de um frio sábado de inverno. Em um beco de um bairro de classe baixa, um rapaz esta encostado na parede e dois em sua frente armados de faca. O pobre trabalhador encostado na parede tremia de medo, enquanto os dois assaltantes sorriam maliciosamente.

-Deixem o cara em paz.

A voz vinha de um jovem de camisa manga longa preta, calça jeans, olhos e cabelos negros que estava do outro lado do beco. Os assaltantes davam altas risadas, debochando do jovem. Eles sacavam suas facas e caminhavam em direção ao mesmo. O jovem apenas levantava o dedo indicador superior na altura dos olhos, apontando o dedo para o céu. Da ponta do dedo começava a ser criada uma esfera brilhante de energia. A esfera era do tamanho de um botão de camisa. Os bandidos se interrogavam que diabos era aquilo. Eis que o jovem joga a bolinha de energia em um dos assaltantes. A bolinha explode no tórax do homem, que é lançado até a parece numa distância de cerca de cinco metros. O outro gritava e saía correndo. O trabalhador assaltado ficava perplexo ao ver a incrível cena. Ele virava-se para o rapaz que o salvara, agradecendo.

-Obrigado, meu jovem. Aliás, você é um anjo enviado por Deus para me salvar?

-Não precisa agradecer. Não sou um anjo, me chame apenas de Buster Man.

O rapaz era Ryu String, de origem canadense e com dezoito anos. Ryu sofria de um problema que 0,02% da população mundial sofria: ter poderes especiais. Mas como as pessoas obtiveram poderes? Bem, tudo começou no ano de 2005, quando um meteoro desconhecido atingiu o planeta e entrou no núcleo da Terra. Desde então, o meteoro soltou ondas radioativas que afetaram as crianças na época, que eram bastante invulneráveis. Agora as crianças daquela época tornaram-se adultos com habilidades extraordinárias. Ontem mesmo um homem-bomba de um grupo terrorista quis explodir o Empire State com apenas um toque de mão. Se não fosse o policial que faz as pessoas dormirem, hoje a cidade estaria destroçada. Algumas pessoas usam seus poderes para o mal e este será o tema abordado nesta história.

Guadalajara, México. Noite de verão na cidade com intensas tempestades de trovão e um calor de cerca de 35ºC. Em cima de um prédio, ocorre uma intensa batalha. Um rapaz de camisa branca colada sem manga, calção azul e chinelos pretos corria pela cobertura de um prédio. Caminhando em sua direção ia um rapaz de jaqueta e capuz preto, calça jeans e com as mãos nos bolsos da jaqueta. Ele ao invés de andar, flutuava alguns centímetros do chão.

-O clima dessa cidade é bem estranho... Trovoadas em pleno verão... – falava o rapaz de jaqueta, descontraído.

-Isso melhora as coisas para mim, mas me diga logo o que diabos quer comigo?

-Simples, quero seu... poder!

O rapaz de jaqueta aparecia na frente do rapaz de camisa colada e lhe pegava pelo pescoço, fazendo pressão no pescoço. O rapaz de camisa colada perdia o ar e tentava em vão dar socos na barriga do rapaz de jaqueta, mas sentia dores nos punhos como se estivesse batendo em metal.

-O que diabos você é?

-Tenho poderes... Assim como você.

Os braços do rapaz de jaqueta pareciam fortes e duros como aço e logo esmagaram o pescoço do rapaz de camisa colada, que caía morto ao chão. O rapaz de jaqueta estirava o braço na direção do corpo falecido e do corpo saía uma espécie de alma esbranquiçada, que ia até a palma da mão do rapaz de jaqueta e sumia como se adentrasse o corpo do mesmo. O rapaz fechava os olhos e se concentrava, pondo as mãos próximas e então alguns raios podiam ser vistos saindo de uma mão para outra.

-Ótima habilidade para minha coleção...

No outro dia, em New York City. Eram cerca de onze horas da manhã, no aeroporto da cidade. Um avião acabava de chegar da Rússia. No desembarque, um rapaz de capa branca que cobria a cabeça até os pés, luvas brancas, calça jeans, camisa preta e óculos escuros chegava na cidade com uma mochila verde e preta na mão direita. Ele procurava por alguém que estava o esperando. Ryu String levantava o braço esquerdo, acenando para o turista.

-Kalitso?

-Sim, sou eu. E você é o Buster Man?

-Sim, eu mesmo. – respondia Ryu, com um sorriso no rosto. – Bem, então sua habilidade é mesmo a de...

-Controle e criação de gelo. – interrompia o jovem conhecido como Kalitso, enquanto criava uma pequena esfera de gelo em sua mão.

Os dois jovens se conheceram pela Internet. Junto com outras pessoas com habilidades, eles resolveram se juntar e criar uma espécie de grupo para defender o mundo. Como um deles morava nos Estados Unidos, o grupo resolveu ir para lá. No grupo temos um brasileiro, um canadense, um russo, um japonês, um americano e um argentino. Todos estariam reunidos em alguns dias. Os dois primeiros que chegaram foram Ryu String e Dimitri Makovski. Os dois rapazes pegavam um táxi. Dez minutos depois, o táxi parava em frente a um prédio abandonado, em um bairro pobre da cidade.

O prédio tinha cerca de dez andares e parecia que os dois últimos não tinham sido terminados. Os dois rapazes caminhavam até a porta e Ryu tirava uma chave do bolso, abrindo a porta. Subiam as escadas, até chegarem ao quinto andar. Ryu parava em frente à porta do quarto 501, dando algumas batidas na porta. Uma voz de dentro do quarto surgia.

-Quem é?

-Ryu. Trouxe o russo.

-Ah, entre.

A porta era aberta e Ryu convidava Dimitri para entrar. No quarto havia uma cama de solteiro, um guarda-roupa, uma mesa com computador e um banheiro. O rapaz que estava dentro do quarto parecia estar ocupado, sentado em frente ao computador. Até que Ryu o pegava pela gola da camisa e o forçava a olhar para o russo.

-Vamos, pare de ficar jogando esses joguinhos inúteis! – resmungava o canadense.

-Não fale assim dos meus jogos on-line! Eu estou entre os 20 melhores.

-Mas isso não tem nada a ver com a situação atual! – reclamava Ryu, que depois olhava para Dimitri e falava – como pode ver, este é o Web Man.

-Jake Krieg, na verdade – interrompia o rapaz chamado de Web Man – E então Ryu, notícias sobre o Wagomu?

-Ele me disse pela Internet que viria a durante a noite. – falava Ryu, o Buster Man. – E o russo aqui, qual quarto ele ficará?

-Deixa o garoto no 505. E o Wagomu ta chegando em meia hora.

-Wagomu? O inglês? – interrompia Dimitri.

-Correto! – respondia Jake, fazendo um sinal positivo com a mão.

-Vamos deixar de papo e então levarei nosso novo integrante do time ao seu devido quarto. – falava Ryu, empurrando Dimitri para fora do quarto com mala e tudo.

Aqueles eram os três primeiros a chegar nos Estados Unidos. O grupo se chamará Kraft, que significa poder em alemão, terra natal de Jake Krieg, que, aliás, seu sobrenome significa guerra. O grupo foi criado principalmente por causa de um assassino em série que anda matando todas as pessoas que tem poderes. Um dos membros, Yoshi Akayuki (vulgo Rock Smash), foi atacado recentemente pelo assassino.

Os membros do time se conheceram via Internet, e agora resolveram juntar-se.

Ryu pegava um táxi para o aeroporto novamente, enquanto Jake mostrava o novo quarto de Dimitri. Era um quarto simples, com cama de solteiro, guarda-roupa, uma janela, banheiro e uma televisão em cima de uma pequena mesinha. Ele colocava a mochila na cama e sentava nela, passando a mão no colchão macio. Jake sorria e caminhava em direção a porta, saindo do local.

-Fique ai que vou jogar. Qualquer coisa é só ir ao meu quarto.

O rapaz sumia. Dimitri colocava a mochila no chão e deitava na cama. Dava um longo suspiro e olhava para o teto. Não seria nada fácil sua nova vida, pois lutaria contra pessoas de alto poder!

Enquanto isso, no aeroporto, um avião acabara de chegar da Inglaterra. Ryu estava sentado em um banco, esperando as pessoas do avião começarem a desembarcar. Ele estava lendo um jornal do dia anterior. Lia uma matéria que mostrava mais um caso de morte de um mutante, que era o nome que davam as pessoas com poderes. A pessoa morta era um inglês, de cerca de vinte anos. O ultimo caso havia sido no México, onde a pessoa morrera com o pescoço esmagado por algo muito poderoso e depois jogada do alto de um prédio de vinte andares. Terminava de ler e levantava-se, pois já saíam pessoas do desembarque. Ele ficava ali em pé, esperando. Até que um rapaz de estatura alta, cabelos pretos e olhos castanhos aparecia. Tinha um olhar sério e roupas comuns, sendo uma calça preta e uma camisa manga curta branca. Os dois se cumprimentavam e caminhavam em direção a saída, com Ryu levando a mochila do rapaz denominado Wagomu.

Enquanto isso, um rapaz de jaqueta preta, boné azul e calça jeans, saía também do desembarque. Ele dava um sorriso maléfico e caminhava na direção das portas de saída, com as mãos nos bolsos e a passos calmos e lentos.