segunda-feira, 13 de abril de 2009

The Avenger Shizumi #3

Neve Vermelha

Nas terras geladas da Rússia, em um fim de tarde de um sábado de inverno. Um homem está correndo, saindo de um enorme castelo. Um tiro pode ser ouvido e o homem tombando ao chão pode ser visto. Um rapaz saindo do castelo e com um facão empunhado em sua mão direita também pode ser visto. Ele caminhava lentamente em direção ao homem tombado, com suas solas de sapato cheias de neve. O homem ao chão gritava e chorava de dor e medo, enquanto o assassino aproximava-se cada vez mais.

-Você é o Barão Vondieck? – perguntava o assassino.

O homem levantava-se e respondia que sim, balançando positivamente com a cabeça. O jovem assassino dava um leve sorriso e girava o facão em mãos. O homem corria, mas o jovem assassino dava um salto e descia três metros à frente do homem. A vítima caía ao chão com um enorme corte nas costas, falecendo ao cair. O assassino jogava o facão, que encravara na neve e ao lado do morto, e depois caminhava pela forte tempestade de neve. No local do assassinato, a neve ficava vermelha.

O assassino era Kakeshi Shizumi, o avenger. Caminhava pela neve, lendo um livro de cor alaranjada. O título era em escrita japonesa, kanji. Significava “A História das Espadas, volume Um de Cinco”, de Ashawa Shizumi.

Três dias depois, no Japão, Kakeshi estava em frente a uma casa. Sua roupa era diferente: estava vestindo um terno preto, uma gravata de mesma cor e sapatos também pretos. Uma garota abria a porta da casa, com uma expressão sorridente. Tinha olhos azuis e cabelos longos e verdes, vestindo uma saia xadrez e uma blusa preta, mostrando a barriga. Calçava botas de cano longo e de cor preta.

-Oi. – falava a garota, dando um sorriso infantil. – Você é Kakeshi Shizumi?

-Sim. – respondia o rapaz, com uma expressão séria. – E você deve ser Mikutsuki Yuki...

-Correto! – respondia a garota, dando um gritinho e levantando os braços. – Você será meu segurança durante alguns dias, até terminar minha turnê. Vamos, entre.

A garota convidava o rapaz para entrar. Yuki o chamava para sentar-se no sofá, enquanto ela trazia um suco. Mikutsuki Yuki era uma cantora não muito conhecida. Estava fazendo uma pequena turnê em alguns pontos do Japão e precisava de alguém para protegê-la. Mas havia uma grande dúvida: qual motivo de contratar Kakeshi, sendo que ele era perito em matar pessoas. O rapaz pergunta para Yuki, que logo responde.

-Eu cantava em uma banda, mas resolvemos terminar. Eram quatro pessoas, incluindo eu. No grupo, eu tocava teclado e cantava. Com o fim da banda, os fãs ficaram revoltados. Recebi várias cartas de morte, pois acham que eu sou a culpada pelo fim da banda. E essa é minha primeira turnê solo, onde provavelmente vão querer fazer algo comigo.

-Não se preocupe, pois nada vai te acontecer enquanto eu estiver aqui... –respondia o rapaz, com um tom sorridente. Pela primeira vez nessa série o personagem principal não foi sério!

-Obrigada. – respondia a garota, dando um apertado abraço no rapaz. – Você parece ser muito novo para um assassino. Quantos anos você tem?

-Dezoito, fiz semana passada. E você?

-Dezesseis. Viu, somos quase da mesma idade! Muito novo para um assassino...

-Muito nova para uma cantora. Seus pais deixaram?

-Eu sou órfã. – falava a garota em um tom triste, abaixando o rosto.

-Ah, me desculpe. – respondia o garoto, com um tom baixo. – Sei como é, perdi meus pais aos cinco anos de idade. Meu tio matou os dois.

-Nossa, que horror! Eu moro sozinha desde que fugi do abrigo aos sete anos. Conheci os meus três amigos de banda e somos amigos desde pequenos. Só que agora faz muito tempo que não os vejo.

-Faz muito tempo que não tenho uma boa conversa assim... – comentava o jovem assassino.

-Eu também. – respondia Yuki. – Já está tarde, vamos dormir. Ah não! Aqui só tem uma cama!

-Não tem problema, eu durmo no chão.

-Não! Eu durmo no chão.

-Vamos fazer o seguinte. – falava Kakeshi, planejando algo. – Que tal nós dois dormirmos na cama?

-Que? – perguntava Yuki, com o rosto corado. – Se assim que quer, está bem.

Passados alguns minutos, os dois estavam no mesmo quarto, prestes a deitarem na cama. O rapaz estava com um calção que mais parecia uma ceroula. A garota estava vestindo uma camisola verde claro. Deitaram os dois na cama, ficando afastados. Cada um ficava na ponta de um lado da cama.

Amanhecendo o dia, os dois estavam dormindo agarrados, sem perceber. O rosto do rapaz estava nos seios da moça, as pernas dos dois estavam entrelaçadas, os braços da garota estavam no pescoço do rapaz e os braços dele enlaçados na cintura dela.

Às 13 horas, o ônibus da turnê da garota já saía da casa, com a cantora, os assistentes de palco, empresário, motorista e o segurança. A garota estava sentada de frente ao jovem segurança, com o rosto vermelho. O rapaz percebera, coçando a cabeça com o dedo indicador esquerdo.

-Se for sobre o que aconteceu na cama, já falei que não tem problema. – comentava o rapaz, dando um leve sorriso.

-Ah, tudo bem. – falava a jovem, com o rosto corado.

Chegando a hora do show, tudo parecia estar saindo bem. Já estava na metade da apresentação e nada havia ocorrido. Apenas Kakeshi estava sumido. O Shizumi não apareceu desde o início do show. Yuki estava adorando o show, até que percebeu um estranho rapaz na platéia.

O rapaz tinha mais ou menos a mesma idade de Kakeshi. Tinha cabelos loiros e olhos azuis. Era um belo rapaz. Ele aproximava-se do palco e sacava uma pistola que tirara do bolso da calça jeans. Yuki ficara com uma expressão de espanto, vendo que poderia morrer. Onde estaria Kakeshi?

O rapaz atirava e Yuki fechava os olhos. Uma pedra acertava a bala, mudando seu percurso para um refletor, que explodia. Yuki e o rapaz olhavam para cima do palco, onde um jovem vestido de segurança e com uma espada nas costas pronunciava algumas palavras.

-Ô loiro oxigenado, se apontar mais uma vez essa arma para a jovem no palco, a próxima pedra vai atravessar sua cabeça!

O loiro sacava novamente a arma e dava vários tiros no local onde estava Kakeshi, o segurança. O jovem Shizumi dava um longo salto e parava agachado atrás do loiro e com a mão no chão. O atirador virava-se para atirar novamente, mas recebia uma rasteira de Kakeshi, que depois pisava na cara do loiro.

O loiro por sua vez apontava a pistola para Kakeshi, que dava um salto giratório para trás, parando em cima de uma mesa. O salão estava vazio, já que as pessoas fugiram depois do tiro. Enquanto isso, o atirador corria até Kakeshi, que descia da mesa e com um chute, a lançava na direção do “oxigenado”.

O rapaz caía de cara no chão, enquanto Kakeshi pisava em suas costas e sacava sua pistola dourada.

-Espere, não me mate! Vai se arrepender por isso.
-Por qual motivo? – perguntava o Shizumi.

-Sou o vigésimo do ranking de assassinos. – vangloriava-se o loiro. – Me chamo Josef Scarious.

-Que pena. – debochava Kakeshi. – Você acaba de lidar com Kakeshi Shizumi, o TERCEIRO nesta porra de ranking!

-NÃO! – gritava Josef, vendo sua morte próxima.

Kakeshi apontava sua pistola dourada na direção da cabeça de Josef, que fechava os olhos e chorava. Quando ia atirar, alguém abraçava Kakeshi por trás e colocava suas delicadas mãos no braço armado de Kakeshi. Era Yuki.

-Mesmo que seja o inimigo, tem um sonho a realizar. – falava a garota, encostando sua cabeça no ombro de Kakeshi, que sentia lágrimas saírem da bela face da jovem. – Não o mate, por favor.

-Esta bem, me convenceu... – o rapaz guardava a arma em seu bolso e retirava-se do local.

Depois disto, Josef fora preso e levado para a delegacia mais próxima dali. O show terminava e o ônibus voltava a pegar estrada. O trabalho permaneceu por sete dias de longas viagens, tendo três dias de shows. Estes foram tranqüilos, pois por causa do incidente com Josef, os fanáticos ficaram amedrontados com Kakeshi.

Passado o tempo, a turnê acabara e a banda voltara para casa. Na frente da casa, estavam Yuki e Kakeshi. Os dois olhavam um para o outro, como que hipnotizados. Até que o rapaz falou primeiro.

-Bem, tenho de ir...

-Vou sentir sua falta, Shi.

-Shi?

-Sim. Não gostou?

-Não, gostei sim. Bem, até algum dia.

-Shi! – exclama a garota, abraçando o rapaz. – Promete que me visitará um dia?

-Eu... – o rapaz pensa por alguns segundos. – Prometo.

O jovem despedia-se com um longo beijo e partia, caminhando pela rua até sumir no horizonte.

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