Quem cuida do médico?
Hoje faltei aula para ir ao médico, por causa dos meus problemas com a coluna. Tive que acordar cedo, como sempre. A consulta estava marcada mais ou menos há um mês! É, o médico me parecia ser daqueles que trabalha 30 horas por dia...
O maldito ônibus demorou umas meia hora e eu tive medo de chegar atrasado. Me disseram que muitos vão se consultar nesse mesmo cara e que era bom chegar bem cedo. Quando cheguei só haviam quatro na minha frente, o que me pareceu pouco e me deixou mais tranquilo. Fui para o corredor da sala dele e fiquei lendo uma revista, enquanto minha mãe conversava com uma mulher que estava na nossa frente. Depois de duas pessoas seria eu. Fiquei só lendo a revista, tranquilamente (droga, não existe mais trema nessa palavra...), até que a última pessoa que estava na minha frente entrou. Quando a mulher saiu, o médico saiu também e chamou a atendente lá da entrada e depois entrou em uma outra sala, o que me pareceu estranho. A recepcionista foi até a sala dele e demorou um pouco. Lá fora estavam eu, minha mãe e mais três pacientes esperando, até que a recepcionista saiu e disse que o médico estava passando mal e que tinha saído do plantão há pouco tempo.
Fiquei com pena do coitado e puto da vida por ter sido logo na minha vez! Até minha mãe fez um pequeno comentário, enquanto comentava com os outros pacientes: "E quem cuida do médico?". Isso me lembrou logo meus colegas de classe, que fazem aulas extras para medicina. Algo me veio a cabeça, uma crítica ao cotidiano e a sociedade.
A medicina é algo muito complicada no Brasil. Sempre me revoltei com a medicina e o direito, pois a maioria das pessoas só preferem esses vestibulares, esquecendo que os outros são importantes também. Muitos pais falam para os filhos, desde pequenos, que querem eles doutores e médicos e bláblá...
O que eles não sabem é como o estudante vai sofrer! Primeiro, que ele vai estudar feito um condenado para fazer medicina. Como diz meu professor de Física, os alunos que fazem extra para medicina saem das provas sem saber mais nem o próprio nome (xD). Mas o pior não para (quero o acento do "pára"!) por aí. Após médico, o cara ainda vai ter "30 horas de trabalho por dia". É plantão, três clínicas, duas cirurgias marcadas e etc... O médico que me operou ano passado fazia trocentas cirurgias por mês, mas sempre com uma expressão calma na face. Mas para ele é fácil, já que é experiente. Mas e os coitados dos médicos novos que acabaram de formar-se? O médico de hoje me pareceu muito novo, mesmo que eu só o tivesse visto de costas.
Ainda na saída da clínica eu comentei para minha mãe: "Eu é que não quero fazer medicina..."
É, prefiro escrever mesmo...
4 Comentário
pois é...
lendo seut texto me lembro aquele antigo proverbio romano.
" Quem guardará os guardiões?"
Olá, parabens pelo blog.
Falando sobre o post, fiquei meio desanimada em ler seu post,(huahuahua), a questão é, ainda tenho 13 anos, e estou indecisa do que querei cursar na faculdade, que profissão seguir... Tenho uma principal que estou pensando desde que me lembro por gente, que é o jornalismo, mas nos últimos meses tenho pensado em fazer medicina e ser cirurgiã. Mas pensando dessa maneira, já nem sei.
Enfim, beijos, e boa sorte com seu problema na coluna! ;D (ele existe mesmo ou é só uma historia?)
Hum.
O/
SE QUISER visite o meu:
http://www.caspide.blogspot.com/
Ah obrigada por comentar em meu blog
*-*
tem texto novo lá.
volte sempre que quizer ;)
Beijos :*
http://caspide.blogspot.com/
Cara, seu relato até parece um dos meus! rs
Veja pelo lado bom: ser atendido por um médico que não está bem é sinônimo de não se bem atendido. A rotina de médicos, professores, policiais, entre outros, é mesmo desumana. Bom texto.
Em tempo: também quero o acento do "para" de volta. Maldita reforma ortográfica!
Volta lá:
http://bemcontar.blogspot.com
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